No mundo dos negócios, o ágil é a bússola que guia organizações através da adaptabilidade, focando no valor gerado a cada passo. Esse caminho se desdobra em ciclos de trabalho iterativos e incrementais, onde o objetivo é fazer entregas concisas e regulares dentro de um período que não ultrapassa um mês, sempre verificando se o rumo tomado está alinhado com os objetivos.
A Origem do Ágil
Antes mesmo de 2001, um grupo de profissionais e consultores descontentes com as metodologias tradicionais de desenvolvimento de software começou a moldar o que hoje conhecemos como Ágil. Eles misturaram ideias antigas e novas, forjando metodologias que privilegiam a colaboração estreita entre os desenvolvedores e as partes interessadas, a entrega contínua de valor, equipes auto-gerenciáveis, e abordagens inteligentes para criar, testar e entregar software.
Em 2001, dezessete desses visionários se reuniram em um resort em Snowbird, Utah, para debater suas metodologias. Esse encontro resultou na criação do Manifesto Ágil para o Desenvolvimento de Software, estabelecendo valores fundamentais para o desenvolvimento ágil e introduzindo o termo ao mundo. Nos meses seguintes, os 12 Princípios foram detalhados, expandindo as ideias iniciais.
Após a reunião em Snowbird, a adoção do Ágil se espalhou organicamente, impulsionada principalmente por desenvolvedores nas linhas de frente. Com o tempo, gestores começaram a incorporar práticas ágeis, e um ecossistema composto por profissionais de desenvolvimento ágil, consultores, e ferramentas de suporte começou a florescer.
Existem três formas distintas de entender o ágil: um contramovimento ao método cascata, um conjunto de frameworks e metodologias, uma Filosofia de Trabalho. A seguir uma descrição mais detalhada sobre essas três visões distintas.
Ágil: Um Contramovimento ao Método Cascata
O método Cascata, predominante de 1985 a 2010, caracteriza-se por um processo linear e sequencial, onde cada fase depende da conclusão da anterior, refletindo uma abordagem altamente especializada e compartimentada. A agilidade surgiu como um contramovimento a essa rigidez, propondo flexibilidade e adaptabilidade em contraponto à estrutura faseada do Cascata.
Ágil: Um conjunto de Frameworks e Metodologias
O Ágil é visto como um conjunto de frameworks e metodologias desenhados para maximizar o valor de negócio através da adaptabilidade. Essa perspectiva engloba várias metodologias, incluindo o Scrum, o Desenvolvimento de Software Adaptativo (ASD), a família Crystal, o Método de Desenvolvimento de Sistema Dinâmico (DSDM), Programação Extrema (XP) e Desenvolvimento Orientado por Funcionalidades (FDD), entre outros, sob o grande guarda-chuva.
Ágil: Uma Filosofia de Trabalho
(Essa é a minha forma favorita de entender.)
Ser ágil transcende a mera aplicação de métodos e frameworks; é adotar uma filosofia que valoriza a entrega de valor e a capacidade de adaptação a mudanças. O Manifesto, criado em 2001, oferece a base filosófica para essa abordagem, enfatizando resultados sobre processos. Curiosamente, muitas das metodologias ágeis já existiam uma década antes, destacando a evolução contínua desse pensamento.
Em resumo, o Ágil é uma mentalidade que prioriza a flexibilidade, colaboração e entrega contínua de valor, reformulando a forma como organizações desenvolvem software e se adaptam a um mundo em constante mudança.